No evento de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse  que o governo continuará buscando implementar ações que promovam justiça social. Ele citou especialmente a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que está parada na Câmara, e argumentou que o Executivo não vai se intimidar por pressões.

Haddad fez críticas à gestaão do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o governo atual trabalha para fechar brechas na legislação que fazem com que os mais ricos não paguem impostos.

O ministro disse que não desistirá de lutar pela isenção no IR de quem ganha até R$ 5 mil. Leia o trecho do pronunciamento e veja o vídeo ao fim da matéria:

“Nós vamos colocar 25 milhões de famílias pagando ou nada ou menos Imposto de Renda. Isso é fazer justiça. E sabe quantos vão passar a pagar? Que ganham ali R$ 1 milhão por ano, R$ 1,2 millhão por ano dez milhões por ano? 140 mil! 140 mil pessoas pra 25 milhões serem beneficiados. E aí você fala: ‘não, mas você vai cobrar o que eles não tem pra pagar’. É a mesma alíquota de uma professora de escola pública. A alíquota em um país rico chega a 40%, nós vamos o mínimo de 10%. O mínimo. Se o cara já paga 2%, que é o que eles pagam hoje, vai pagar mais 8%, a mesma alíquota que paga um policial militar, um bombeiro, uma professora de escola pública. A mesma alíquota. E está essa grita toda por conta disso? Então, nós vamos continuar fazendo justiça social. Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater, mas nós temos que fazer justiça no Brasil”.

Crédito: José Cruz/Agência Brasil

O Congresso Nacional impôs uma derrota ao governo neste mês ao derrubar uma medida que aumentava alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, outras ações tributárias presentes em uma medida provisória, como a isenção do Imposto de Renda, também têm sofrido resistências políticas e de setores da economia.

Para Haddad, a frequência com que a oposição tem falado sobre impostos é motivada pelo combate às iniciativas do governo que buscam justiça tributária.

“Por que estão falando em aumento de imposto? Porque estamos fechando brechas! Fazendo o andar de cima pagar!”, disse ele. “Vamos continuar fechando todas as brechas, os jabutis, que no Brasil são órfãos de pai e mãe, aparecem em leis gerais para favorecer grandes empresários. Tirar esses jabutis é um parto, e cada vez que conseguimos tirar um jabuti da árvore, há um grito de aumento de imposto. Isso é o mínimo de respeito com o trabalhador que paga as contas em dia”.